Vamos criando amizades ao longo da vida. Uns na primária,
outros no liceu, depois na faculdade, part-times, voluntariados, escuteiros, no
emprego, etc.
Dias maus, dias bons… Uns vão ficando, outros vão-se
afastando. Por diversos motivos. Os que ficam são os que nos consolam, que nos
fazem sorrir, que nos fazem companhia quando precisamos. Aquelas pessoas que
quando algo acontece, corremos para lhes contar o sucedido. Aquelas pessoas que
nos fazem sacrificar de algo para estar com elas. Não porque tem de ser, mas
porque não conseguimos viver pensando que essas pessoas estão mal.
Ao longo do tempo e com o aumento dos quilómetros de
distância vamos nos apercebendo de várias coisas…
Passámos de estar todos os dias, ou quase todos os dias, ou
mesmo algumas vezes por ano, a simplesmente não nos vermos durante um ou mais
anos.
Arrependo-me de todos aqueles dias em que preferi ficar em
casa a descansar por pensar que podia estar com as pessoas no dia seguinte.
Fico feliz por todos aqueles dias em que estive com vocês.
Agradeço todos os dias em que me escolheram como vossa companhia.
Não existe um único dia em que não pense nas pessoas que
deixei com saudades. Torna-se impossível manter o contacto diário. Contudo, as
pessoas essenciais não precisam desse contacto. Sei que não é por me esquecer
de enviar as bisbilhotices que vocês vão deixar de pensar em mim, e espero que
saibam que penso regularmente nos nossos momentos. As saudades apertam todos os
dias. Todos os dias gostava de pensar que podia estar com vocês, irmos passear,
ou só mesmo telefonar para dar m beijinho. Não é fácil. Não é possível. Nunca
deixarei de vos visitar, não prometo que sejam todos os anos, porque é
complicado principalmente pelo dinheiro que se gasta nas viagens. Mas prometo
que jamais vos esquecerei e que apesar da distância partilharei todos os
momentos da minha vida com vocês.
Passaram dois anos desde que os nossos destinos se separaram,
mas apesar de todas as dificuldades seremos amigos/as para sempre!